Confira a entrevista com Marisa Chaves, da ONG Movimento de Mulheres – SG
Fonte: Consciência AmplaCriada em 1989, a organização não-governamental Movimento de Mulheres – com sede em São Gonçalo (RJ) – surgiu no momento em que o sexo feminino lutava para fazer valer seus direitos, assegurados pela Constituição Federal de 1988. Desde então, a instituição conquista espaço atuando de forma ainda mais abrangente em favor dos direitos humanos em geral, com projetos em defesa de crianças, adolescentes e mulheres, além da assistência a grupos especiais, como os que convivem com o vírus HIV. A organização também promove cursos de formação de lideranças e oferece capacitação para jovens nas áreas de direitos humanos e de eletricidade de baixa tensão, além de prepará-los para o vestibular. Por tudo isso, tem exercido um importante papel de transformação social. Nesta entrevista exclusiva, Marisa Chaves, fundadora do Movimento de Mulheres, fala sobre o Consciência Ampla Oportunidade, trabalho da Ampla em parceria com a ONG.
Quando foi firmada e como aconteceu a parceria com a Ampla?
Marisa: A parceria começou em 2006, quando nossas equipes técnicas e de voluntários foram convidadas a realizar oficinas e palestras nos bairros em que o Projeto Consciência Ampla atua, sobretudo em regiões com altos níveis de vulnerabilidade social. A parceria veio se fortalecendo e, em 2009, celebramos nosso primeiro contrato formal.
A ONG é importante tanto para as mulheres,que começam a atuar como eletricistas, quanto para os homens, que precisam lidar com essa nova realidade. Como a instituição trabalha esse aspecto comportamental?
Marisa: O Movimento de Mulheres está fundamentado no debate acerca das relações entre os gêneros, sobretudo em nossa sociedade, tão marcada pelo patriarcado e pelo racismo. Nesse sentido, cabe à entidade provocar a discussão sobre a divisão sexual no trabalho para que as mulheres ocupem espaços em áreas tradicionalmente masculinas. A entrada desse público na área da eletricidade contribui para que todos revejam seus valores e conceitos, reproduzidos ainda hoje pela cultura machista. Por isso, temos promovido um debate sobre os papéis sociais buscando evitar que mulheres sejam expostas a situações de violência doméstica.
De que forma a ONG contribui para a ‘qualificação social’ dos participantes do projeto?
Marisa: Cabe ao Movimento de Mulheres auxiliar em todas as etapas do processo, desde a divulgação do projeto, passando pelas entrevistas individuais para conhecimento do perfil do aluno, pela montagem das turmas e, principalmente, pelo acompanhamento psicossocial e pedagógico dos jovens. Temos ainda a função de proporcionar debates sobre direitos humanos, ética, cidadania, segurança no trabalho, senso de equipe e colaboração, além de estimular os alunos a terem uma postura mais solidária e empreendedora.
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